terça-feira, 15 de setembro de 2009

Perdeu, playboy!

terça-feira, 15 de setembro de 2009
Por Wolney Batista


Domingo eu debutei.
Sim, dei mais um passo importante dentro da sociedade. Engordei a looonga lista de pessoas que já foram assaltadas na cidade.
Aí você me diz: " E aí?! Isso acontece todo dia."
É, acontece.
Mas não deveria. E  é isso que me assusta. A banalização da violência. A falta de vontade das autoridades, e claro, a apatia da população, que continua rindo pro mundo como se nada tivesse acontecendo.
Bom, voltando ao meu momento no fim de semana, a cena foi de cinema.
Dois caras apontaram as armas pro carro, pediram celular e dinheiro...isso tudo na calçada da minha casa.
Liguei pro, sempre prontos, ronda do quarteirão, e a atendente disse que eles chegariam em SEGUNDOS...eu esperei 10, 20..meia hora e nada! Aí fui embora. Acho que o erro foi meu, ela deve ter dito que eles chegariam na SEGUNDA.
Ah, e não contei o detalhe: assustadoramente os assaltos na rua são recorrentes, uma média de 2 assaltos por semana. E continua acontecendo...
Hoje eu acordo, leio o jornal e dou de cara com a manchete da sessão Esfria,dia 15,(Perseguição e tiroteio nas ruas do Bairro de Fátima, segunda á noite), vou pra Universidade olhando para todos os lados - até pra cima, nunca se sabe - chego lá, e no meio do Centro de Convivência, na hora do intervalo, vejo umas meninas correndo, uma gritaria.....outro assalto! Dentro da universidade que cobra uma das mensalidades mais caras do estado - senão a mais cara.
Gente, onde vamos parar?!
Eu sei que moramos em uma grande cidade, que tal, tal, tal...Mas e aí? Botamos a mão no queixo e esperamos chegar nossa vez?

5 comentários:

Lorena Portela

eu quase passei por isso uma vez, o cara me abordou, mas por mais incrível q pareça um guarda veio saindo do prédio da frente e o assaltante saiu correndo... e o guarda nem tinha visto nada, ele saiu de dentro do prédio pq tava indo embora, hehehehe

e respondendo à pergunta: não quero que chegue minha vez. e daí eu faço o q?

Anônimo

Medo, impunidade, sentimento de ser alguém indefeso, frágil, que não tem ninguém para amparar e cuidar. Sentir-se largado à própria sorte e ao ato violento. Receio de morrer, receio imenso de ver alguém ser ferido... pensamentos que passam pela mente em segundos, com um cano de revólver em sua direção, na sua mira. Ser desnudado materialmente e perceber que os objetos que te cobrem podem te matar, pois podem ser trocados por drogas. É muito confuso ser assaltado e as reações inesperadas, por isso que sempre vale repetir: reagir jamais!
É lamentável convivermos com uma criminalidade juvenil organizada, disseminada pelos bairros da cidade. Sempre me detenho nos olhares: o olhar agressivo e imperioso daquele que te aponta a arma; o olhar atento e detalhista daquele que pede mais e mais dinheiro, que perde a carteira, que pede o celular, que pede atenção, que pede uma família acolhedora, que pede educação, que pede alguém que olhe por ele, antes que aconteça a morte prematura, cuja média de vida desses jovens não ultrapassa os 25 anos.
Já fiz trabalhos com jovens “infratores”; entender o lado de “lá”, de desesperança, de não ter perspectivas, de lidar diariamente com a agressividade e violência desde muito cedo é assustador. É adentrar um universo que não nos é familiar. Até hoje recordo do menino que me descreveu como matou alguém, sem nenhum remorso, sem nenhuma culpa, como se fosse algo “natural”.
Curiosamente sinto muita raiva das autoridades e de um modo maior de todos nós, da “sociedade elite esclarecida, escolarizada e formadora de opinião”. Quando vamos poder ser mais coletivos e nos prevenir de modo mais amplo, de modo que assaltar não seja mais necessário? De modo que a pobreza não precise tirar sarro? (como diz a Ana Carolina).
A letra da música “Notícias Populares” é um bom desabafo:
“Tomei um tiro
No vidro do meu carro
É a pobreza
Tirando o seu sarro
Foi meu dinheiro
Foi meu livro caro
Que façam bom proveito
Da grana que roubaram
Porque eu trabalho
E outro dinheiro eu vou ganhar”

Que levem! Levem tudo! Levem tudo de todos nós!!!

Anônimo

Ah, o comentário acima faltou assinar...
Márcio! :)

Adriano Mariano

.Eu quero é que o chão se abra, ó.

Rebeca.

Em um bairro de Fortaleza, que eu não me lembro o nome, a galera tá levando até as roupas. E o ronda e nada é a mesma coisa ... você só encontra eles em uma lanchonete mais próxima de você.

 
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