Por Wolney Batista
No último dia 22, fui surpreendido - sim, porque eu não sabia que existia - pelo Dia Mundial Sem Carro.
A iniciativa tem como finalidade lembrar a população dos efeitos negativos que o excesso de automóveis causam na natureza e no nosso cotidiano. A idéia que partiu de cidades européias, teve grande número de 'adeptos' no Brasil.
Até aí, tudo muito lindo, as pessoas deixando seus carros na garagem, pegando ônibus, indo trabalhar de bicicleta, as vias sem engarrafamento e as cidades menos poluídas. Na Europa, a coisa deve ter sido mesmo assim, mas aqui, na minha Terra da Luz (Ceará), a história foi bem outra.
A Avenida Raul Barbosa continuou...parada(!), a Washington Soares também; assim como outros trezentos pontos da cidade.
Mas isso se deve a má educação do Brasileiro? Eu diria que não.
Não é segredo para ninguém a precariedade do transporte público de Fortaleza - digo Fortaleza por que moro nela, mas acredito que possa se aplicar a todas as grandes capitais do país.
Os ônibus chegam a demorar 40 minutos, quando passam já estão lotados, aí o passageiro tem duas alternativas: ou chega atrasado no compromisso, ou adere a prática do mais novo esporte radical urbano e vai pendurado na porta.
Os ônibus chegam a demorar 40 minutos, quando passam já estão lotados, aí o passageiro tem duas alternativas: ou chega atrasado no compromisso, ou adere a prática do mais novo esporte radical urbano e vai pendurado na porta.
O Metrofor está fazendo aniversário, 10 anos....de construção! E as obras só não vão chegar a maior idade graças á Copa do Mundo.
Os ciclistas não tem voz, vez, muito menos ciclovia. A cidade foi toda pensada e projetada para os carros, quem tiver bicicleta que dispute espaço com eles.
E por fim, a (in)segurança. Quem, que não precise, vai passar meia hora em uma parada de ônibus esperando transporte?
Eu como sou sempre muito correto, politico e ecologicamente, deixei meu carro na garagem (que carro?!), peguei o transporte público, pratiquei meu 'para-portismo' matinal (uma espécie de paraquedismo na porta do ônibus), fiquei parado dentro dele por tempo suficiente para me dar uma câimbra, e cheguei atrasado na Universidade, mais uma vez, na aula mais importante do meu curso.
A idéia do Dia Mundial valeu? Valeu sim, mas me façam um grande favor, da próxima vez avisem a prefeita Luizianne (Lins), que sem transporte digno, não rola!