saco da vergonha

Por Lorena Portela

A última rodada do brasileiro deixou o São Paulo na vice-liderança depois de uma vitória sobre o Fluminense. O jogo terminou de 1 x 0. Gol do Richarlyson.

Deixando o meu apaixonado coração são-paulino de lado e a alegria pela recuperação do meu time no campeonato, lamento, junto com o jornalista Gustavo Grohmann, o que a imprensa e alguns torcedores fazem com o volante do tricolor paulista.

Abaixo alguns trechos da opinião do jornalista:

“Pra mim chega! Estou enojado com a atitude de alguns jornalistas da mídia esportiva de São Paulo. E o assunto é bem sério: preconceito.

Não sei, não preciso e não me faz diferença saber se ele é homossexual, heterossexual ou bissexual. Isso não é da minha conta. Aliás, não é da conta de ninguém”.

Isso é verdade. Não é da nossa conta. Isso não faz parte do espírito esportivo.

Quem gosta de futebol quer mesmo é ver gol, principalmente se for golaço como o que Richarlyson fez.

Bonito de se ver também é a atitude do jogador diante do que acontece. Richarlyson é um profissional de mão cheia. Centrado, esforçado, disciplinado e querido. Depois do gol, chorou. Ele sabia que o gol significava muito mais que a vitória, os 3 pontos e a vice-liderança. Era a hora de render a torcida. Era a hora de sonhar com a seleção. O nome que os torcedores não gritavam, ecoava no Morumbi. Por isso ele chorou. “Eu fico emocionado, eu luto, batalho para ajudar minha equipe. Graças a Deus deu certo", disse.

E quem não choraria?

"Ele tem espírito de luta fantástico. Acho bacana quando vejo o torcedor gritando o nome dele, pois é um cara que merece. Ele enfrenta preconceito, mas não falta personalidade. Tenho o maior prazer do mundo em jogar com ele e reconheço seu esforço", comentou Rogério Ceni, capitão do time.

Eu acho mesmo uma pena que seja assim. Que se dê tanta importância e visibilidade ao que não interessa.

Aplaudo o jornalista Gustavo e sua indignação.

Que Richarlyson faça cada vez mais bonito (com ou sem gols), que a torcida grite seu nome cada vez mais alto, que os jornalistas se calem e falem só o que importa.

E que lembremos todos que preconceito, além de ser super cafona, é crime.