Foi assim que saí da sala de cinema neste domingo, 23, após assistir a "O contador de histórias".
O filme simples e emocionante nos transporta para a história (real) de Roberto Carlos, que assim como milhões de brasileirinhos era uma criança que só precisava de orientação e carinho, ou pouco mais do que isso ( por mais piegas que isso possa parecer).
Enquanto a sala que exibia o enlatado Harry Potter estava abarrotada de espectadores, o filme brasileiro, que está a menos de um mês em cartaz, somava uma dúzia de gatos pingados.
Lamento. Profundamente lamento.
Durante o filme, a cada cena em que o público se emocionava, eu olhava ao redor e pensava em quantas pessoas não iriam ter o prazer de se emocionar também; ou por preferirem ver blockbusters americanos ou por simplesmente não gostarem de filmes nacionais (já tive colegas que diziam que não iriam ao cinema pra ver filme brasileiro).
A verdade é que não produzimos mais só Xuxa e Didi.
Filmes como "O auto da compadecida", "Lisbela e o prisioneiro", "Os normais", "Se eu fosse você" (um e dois) e o mais recente "A Mulher invisível" - todos campeões de bilheteria - já consolidaram a nossa comédia na sétima arte.
Os filmes que eu intitulo de favela-sangue-e-sexo como "Carandirú", "Tropa de elite" e "Cidade de Deus" também já mostraram sua força junto ao grande público.
Mas as produções mais primorosas, que contam ótimas histórias, com personagens riquíssimos e que dão aquela tapa com luva de pelica na nossa cara nos trazendo mais humanidade, estas ainda são pouco prestigiadas.
"O contador de histórias" faz parte desse bloco. Assim como "Zuzu Angel". Quem assistiu? (Tomara que mais do que a dúzia de gatos pingados).
Felizmente esse tipo de filme está aumentando.
"Do começo ao fim" e " Lula, o filho do Brasil" estão nessa mesma linha. O primeiro, que está previsto para estrear ainda neste semestre, já vem causando alvoroço. Com um enredo de dar inveja em Almodóvar, o filme leva para as telonas dois assuntos ainda muito polêmicos: a homossexualidade e o incesto.
O segundo, que só vai estrear em 2010, narra a sofrida e vitoriosa história do homem que saiu do sertão pernambucano e virou presidente de uma nação. E se não bastasse, tem a participação de Glória Pires (oba!) como mãe de Lula.
Os dois filmes são bem densos, aliás os três - ainda dá tempo de ver 'o contador' - são imperdiveis e brasileiros!!!
Gente, por desencargo de consciência vou deixar os traillers aqui.
Abraço a todos.